Este blog é para postar os artigos que são publicados no jornal A Folha Regional, de Getúlio Vargas, de autoria de Paulo Dalacorte.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Impressões Cariocas

“As vezes, só a espera no aeroporto já rende uma crônica” Artur Xexéo – colunista do jornal O Globo

Viagens sempre são assuntos que rendem boas crônicas. Assim como muitos leitores que já saíram de férias para diversos lugares do País, atrás de praias, termas ou serra, eu e minha família resolvemos tirar alguns dias de folga, no inicio de janeiro, longe de Getúlio Vargas. Fomos ao Rio de Janeiro e nos hospedamos na casa do amigo Adriano Tefili, no bairro de Botafogo.
A chegada foi um pouco tumultuada. Estavam considerando nossa bagagem perdida e Isabela, minha filha de nove anos, comentava com sinceridade a pessoa encarregada no Galeão da entrega de bagagens que todas nossas melhores roupas, “as domingueiras”, estavam nas malas. Ficaríamos só com a roupa do corpo, carteira e a esperança que as encontrassem noutro dia ou local. Com o valor da indenização, se extraviadas, provavelmente não compraríamos quase nada para repor. Desespero total que foi solucionado, após mais de hora de procura e descoberta nos compartimentos do avião.
O Rio de Janeiro que é dividido pelo Túnel Rebouças entre a Zona Norte e a Sul, tem suas belezas naturais. Falo, obviamente, na Zona Sul onde há uma vista exuberante de toda cidade maravilhosa de seus principais pontos turísticos: o Pão de Açucar e o Corcovado. Na visita que fizemos a estes locais pude constatar que a língua oficial não é o Português. Fala-se muito em inglês, espanhol, italiano, alemão, francês e até japonês e as placas indicativas sempre em mais de um idioma, além do nosso. Uma simples visita ao Pão de Açucar custa R$ 35,00 ao adulto. Realmente muito difícil de ser usufruído pelo carioca e brasileiro com mais freqüência. Aqui em Getulio Vargas diríamos que se vai uma vez na vida e outra na morte.
As praias lotadas, e durante nossa estada, com sol escaldante e águas geladas. O Arpoador, Barra da Tijuca, Leblon, Leme, a Praia Vermelha e as famosas Copacabana e Ipanema com o desfile dos globais nas suas calçadas durante os fins de semana. A moda carioca neste ano é a instalação de bandeiras de Países, Estados e clubes de futebol em mastros das barracas que estão localizadas nas areias ao longo da orla marítima. As barracas alugam guarda sol e cadeiras e oferecem bebidas e iguarias a seus clientes. Em nossas idas a praia em Copacabana, entre o posto 04 e 05, nos instalávamos em volta da barraca do Victor. O curioso é que ele é gaúcho, natural de Passo Fundo, tem saudades das pescarias que fez na barragem de Ernestina e não só conhece Getúlio Vargas, como foi batizado pelo seu Pedrolo, que acredito ser o Ítalo. Prometi enviar a ele uma bandeira do Tabajara ou do Cobra Preta, pintada pelos Spilmann, que representarão nosso município naquele espaço da praia.
A lagoa Rodrigo de Freitas, apesar de maltratada pela poluição, é um lindo cartão postal. Andamos, alugamos bicicletas, comemos um belo peixe, bebemos um bom chopp num dos muitos quiosques que circundam ela. Além disto fizemos uma pequena nas suas águas. Passeamos de pedalinho numa noite eu, minhas filhas e o Eduardo, filho de Adriano. Achamos que conseguiríamos ver a árvore de Natal da Lagoa de perto. Não foi possível. Pedalamos mais de hora e ainda estávamos na metade do caminho. Cansados e com sede desistimos retornando ao ponto de partida.
No mais cinema, pagode, shopping center, que o carioca costuma dizer que é programa de paulista, pois este não tem praia na sua cidade. Aliás, antes da viagem , minha filha Elisa de seis anos queria saber se no Rio de Janeiro existiam shopping centers e escadas rolantes. Só acreditou quando os visitou. Como toda criança do interior, maravilhada com a escada não parava de subir e descer e convencê-la a sair só com mais uma volta saideira. A Lore aproveitou a viagem para conhecer o Rio e também para fazer alguns contatos visando a adquirir novidades para sua loja de confecções.
Enfim, aproveitei meu tempo para ver uma mega exposição no Centro Cultural Banco do Brasil que recomendo a quem estiver indo ou de passagem pelo Rio nos próximos dias. Nominada “ Por Ti América” ela mostra aos visitantes os usos, costumes, utensílios e a cultura dos povos pré-colombianos. Abrangente e educativa é uma verdadeira aula sobre nossos antepassados ameríndios, com muita cerâmica Marajoara. Também revi meus antigos vizinhos, filhos de seu Darci e Isolda Tefili. Num jantar do qual estiveram o Paulo, a Lena, a Silvana e a Denise. Noite de muitas recordações e perguntas dos Tefili sobre antigos amigos aqui deixados.
Histórias que o tempo não apaga , esta viagem ficará marcada na memória. O primeiro vôo de Isabela e Elisa, o reencontro de velhos amigos, e a confirmação de que o Rio de Janeiro continua lindo, seguro e bem adequado a receber a sua principal fonte de renda: o turista.
E assim, de linha em linha, como quem não quer nada acabo de escrever uma crônica sobre a viagem de férias da família Dalacorte na cidade maravilhosa, cheia de encantos mil.

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