Este blog é para postar os artigos que são publicados no jornal A Folha Regional, de Getúlio Vargas, de autoria de Paulo Dalacorte.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Adeus, Olímpico Monumental


“Histórias, nossas histórias
Dias de luta, dias de glória.” – Charlie Brown Jr.

Quando nos despedimos de alguém ou alguma coisa pela qual temos alguma afeição é sempre um momento especial, De alegrias ou  tristezas, doce ou amargo sabor. Pois neles relembramos o que vivemos juntos ao longo de um tempo de vida.
Domingo agora, 02 de dezembro de 2012, á tarde estarei no “Fuxicão”, como faço costumeiramente toda semana para assistir ao Grêmio. Só que este será um dia especial, pois me despedirei, de longe, do Olímpico Monumental.
E o encerramento do templo gremista, após 58 anos de existência, por obra do destino se dará no maior clássico gaúcho, brasileiro e terrestre, um Gre-Nal. No solo onde os deuses me deixarem ver jogar Renato, Dener, Valdo, entre tantos outros craques gremistas.
As alegrias que senti naquele espaço foram muitas. Como em 81, no primeiro jogo final com o São Paulo, quando fomos campeões brasileiros. Ou aquele, atrás da goleira, com meus amigos Jorge Belé e o Karkeja, quando vimos o Cezar marcar o gol que nos deu a taça Libertadores da América. 
Também, alegre fiquei com o titulo da 1ª Copa do Brasil contra o Sport Recife em 89. E, quando de passeio por Porto alegre, curiosamente assisti três jogos do gauchão no mesmo dia (14, 16 e 18 horas) no ano de 94, com 247 pessoas no estádio e Felipão de técnico. 
Teve momentos especiais, como o jogo do maior público nele, 98 mil pessoas em 26/04/81, que junto comigo e o Mosca Bortoloti, vibrou com a derrota para a Ponte Preta por 1x0, pois o grêmio estava se classificando para final do brasileiro daquele ano. 
Ou aquele jogo de gauchão, que o centroavante era o Albeneir e fomos eu e o Tchem, na ensolarada tarde de domingo em 86 para o estádio. Uma festa de tarde com os gols do centrovante e a noite, no Chip’s Bar, tomando umas geladas com ele e tirando fotos de recordação. 
Lá, no Olímpico, senti o gosto amargo da derrota e a perda do titulo brasileiro de 82, para o Flamengo. Aceitei o fato tempos depois, pois me convenci que foi um dos três  melhores times que já vi jogar ao vivo e a cores na vida, treinado pelo Carpegiani e capitaneado pelo Zico.
Porém naquele espaço tive um doce momento. Único, inimaginável e fantástico. A única vez em que fui ao estádio para torcer contra o Grêmio. E ganhei, pois na noite de 25/09/91 lá estava o meu time do coração. o Tá-Gua, realizando um feito para sua historia. Aplicou 2x0 no Grêmio em pleno Olímpico. 
Ah! Olímpico Monumental, você vai deixar saudades. Serás imortal em minha mente e meu coração. Espero ver uma despedida digna, com muita garra e disposição como nos melhores momentos de tua existência.
De minha parte cantarei no domingo de longe, aqui em Getúlio Vargas, como se estivesse no estádio para o time que você abrigou por todos estes anos a seguinte estrofe: “Vamos, vamos, tricolor, hoje eu vim te apoiar, para te ver campeão, para te ver ganhar”. Até o fim contigo estarei.

Publicado no jornal A Folha Regional em 30 de novembro de 2012.

terça-feira, 12 de junho de 2012

O gênio, o Surfista e as Rotatórias da Cidade


“A fama é para os homens como os cabelos - cresce depois da morte, quando já lhe é de pouca serventia". - Albert Einstein”

Ser ou não ser um astro, eis uma delícia de pergunta que sempre se apresenta no palco da vida. A toda hora há redesco-bertas, novidades e gente procurando seu espaço. Um palco, o seu minuto de fama, tudo na intenção de ver sua estrela brilhar e na busca de um motivo para ser lembrado no futuro.  
 Mesmo aqueles que viveram na antiguidade, ou mais precisamente no século XVI, como o gênio Wiliam Shakeaspere, um dramaturgo inglês, que seguidamente se vê redescoberto e interpretado nos palcos do teatro. Apreciado com sua celebre frase: “Ser ou não ser eis a questão”, nem ele provavelmente imaginava que seu sucesso seria tão duradouro.
Ou então nos dias atuais, com as delícias do surfista Michel Teló, e seu hit momentâneo, “Ai se teu te pego”. Esta na crista da onda e sua música é cantada em muitas línguas (inglês, alemão, e tantas outras) mundo afora. Penso que terá pouca durabilidade e no final esta enorme onda acabará, mesmo, morrendo na praia. 
Pois aqui na terrinha, as rotatórias da cidade, é o palco adotado pelo Antonio Valdecir da Rosa. Misto de ator e cantor, ele usa o espaço para se apresentar diariamente. Conhecido por “Jiló”, ele encena acordes musicais na guitarra imaginária, e canta músicas de diferentes estilos musicais.   
Figura ímpar da cidade atende aos pedidos musicais dos transeuntes e motoristas e aproveita diariamente e deliciosamente o seu momento de astro. Mesmo que não alcance fama mundial, espero que se eternize na lembrança popular. Então, certamente, será coroado como o Rei das Rotatórias, o Michel Jiló getuliense.

Publicado no jornal A Folha Regional em 1º de junho de 2012.

segunda-feira, 5 de março de 2012

O Agradável Reencontro

“O tempo é muito lento para os que esperam, muito rápido para os que têm medo, muito longo para os que lamentam, muito curto para os que festejam, mas, para os que amam, o tempo é eterno.” Wiliam Shakespeare.
Meus escritos no jornal me proporcionam pelo segundo ano consecutivo, a convite do amigo Neivo, que eu passe uma semana de férias na praia de Capão Novo. Praia esta criada por um getuliense, o Sr. Elmar Wagner. Lá, a Adjori (Associação dos Jornais do Interior do RS) mantém um Centro de Cultura e Lazer.
Este local que conta com 19 apartamentos para 04 pessoas, piscinas, salão de festas, um CTG, cancha de bocha, garagens, visa proporcionar aos seus donos, funcionários e colaboradores um período de férias de uma semana, por módicos 380,00 reais por apartamento. 
Minhas filhas adoram aquele lugar e já deixaram claro que querem voltar na próxima temporada. Neste ano, foram conosco o restante da minha família por parte de mãe. Os meus tios Paulo e Heitor e as tias Nelci e Ana Laura. Fato que não havia ocorrido ao longo de toda minha existência e que foi muito prazeroso.
 Afora esta confraternização familiar, tive em Capão Novo um agradável reencontro.  Por muitos anos estive com uma venda nos olhos. Ela me cegou para a beleza do mar. Pois já dizia Dorival Caymmi que o mar quando quebra na praia é bonito, é bonito.
Deixei o tempo passar da infância à meia idade e, mesmo indo à praia, sequer tomava um bom banho no mar. Plantava na beira dela, comia algo, bebia uma caipira e observava alguma coisa sem nexo. No máximo colocava os pés na água para tirar uma foto de recordação.
Sequer percebia o quanto o mar é justo e democrata. Tem regras definidas e você deve se adaptar a elas. Não há dono do pedaço e quem chega primeiro na praia usufrui do espaço escolhido. Não existe diferença de cor, idade ou raça. E, basta se descuidar no ir e vir das ondas que sua vida está em perigo. 
Para não lamentar o tempo perdido nesta temporada na praia, e festejar este agradável reencontro com o mar, estou decidido a viajar mais seguido em direção a ele. Assim, desta forma, posso dizer ao mar que o tempo sempre será eterno para os que o amam.

Publicado no jornal A Folha Regional, em 2 de março de 2012.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Só Risos

"Senso de humor é o sentimento que faz você rir daquilo que o deixaria louco de raiva se acontecesse a você." Barão de Itararé                        
Para relaxar um pouco no fim de ano vou contar a vocês leitores duas passagens que tive o privilégio de ler/responder e ouvir/assistir neste ano. Cômicas e reais, podem acreditar. 

Recebi um e-mail de um professor de xadrez, o Aurélio, conhecido de longa data de Porto Alegre. Nele, aparecia a foto de um gato siamês lindo, que gostaria de presentear a mulher. Contava que o valor da compra passava da casa dos três dígitos. Que em função disto, não tinha condições de arcar, sozinho, com as despesas. Solicitava gentilmente a todos os amigos que o ajudassem nesta tarefa, colaborando espontaneamente com uma grana, pois o bicho faria a esposa feliz. 
Pois, prontamente respondi da seguinte forma:
- Professor, desculpe por estar numa pior e não poder atender o seu pedido. Sugiro tirar os dois quatis, um de cada ombro, e se prontificar a fazer a faxina de quatro lotes. Desta forma será possível adquirir tão estimado bichinho para sua esposa, sem o auxilio de nenhum amigo, conhecido ou parente. Abraços e boa sorte na empreitada.
O que você faria com um cara de pau destes? 
____________________________________________________________

Precisei acompanhar um amigo numa clínica de ortopedia em Passo Fundo. A sala de espera cheia e precisávamos esperar pacientemente durante uma hora aproximadamente. Sentamos perto de uma senhora de idade e um rapaz de vinte e poucos. Conversavam como se fossem velhos conhecidos e rolava aquele papo tradicional sobre doenças. Ela desabafando que estava cheia de dores, que a acometiam desde criança. Eram os tais de "reumatismos articulares agudos". E, na vez dele chorar as magoas, falou que tinha tido lesões por esforço repetitivo. Em função disto, estava procurando um novo método para ver se curava a doença, que se chamava "Pilates".
Interessada no tal método, a senhora lhe fez a pergunta:
- Moço, que igreja é esta que eu não conheço? É nova aqui na cidade de Passo Fundo?
Devagar, tomei  o rumo da porta de saída e, rindo baixinho, fui pegar um ar.

*pdalaideias@hotmail.com

Publicado no Jornal A Folha Regional em 30 de dezembro de 2011.