Este blog é para postar os artigos que são publicados no jornal A Folha Regional, de Getúlio Vargas, de autoria de Paulo Dalacorte.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Escrever

“Para sonhar um ano novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. È dentro de você que o ano novo cochila e espera desde sempre” Carlos Drummond de Andrade

Escrever sinônimo de redigir, compor, exprimir, descrever, narrar, comunicar, contar, dizer, representar por meio da escrita as idéias, pensamentos ou lembranças. Cada pessoa tem seu estilo, forma e assunto que mais lhe interessa, domina, pensa e pratica em sua escrita. Segundo, Oscar Wilde ‘ para escrever só existem duas regras, Ter algo a dizer e dizê-lo”.
Parece simples, porém a tarefa nem sempre é das mais fáceis. Sim, os textos devem acrescentar algo ao leitor, dar-lhe um norte e uma idéia precisa do que narramos, divulgamos, reportamos ou simplesmente acreditamos ser verdades, ao menos as nossas. Mesmo que muitas vezes, estes escritos sejam contrários a opinião dos leitores, somos levados a procurar lembrar, esclarecer, difundir, divulgar, cooperar e praticar a escrita para que os insatisfeitos, se houverem, possam nos contradizer, reformar, melhorar, acrescentar, duvidar e questionar tudo ou algumas coisas das quais colocamos no papel para ser apreciado pelo público.
Atualmente com a “ internet” os textos voam ao seu destino final na velocidade dos megabytes de seu computador. Até os Correios e Telégrafos tornaram-se um mero requinte formal para algumas tarefas que necessitam registros. A televisão, do mesmo modo difunde imagens e sons ao vivo. Narra inúmeros acontecimentos e ainda nos oferece a opção de interagir com os apresentadores, entrevistados na hora da exibição dos programas. Passa a impressão que nada pode ser maior, nem mesmo Grêmio ou Internacional. No entanto, o velho jornal ainda é uma forma atual de divulgação de idéias e grande difusor de opinião. Mesmo que suas noticias já tenham saído em outros meios de comunicação, sempre é possível através da escrita dar asas a imaginação do leitor e fazê-lo usar seu poder de interpretação sobre o assunto descrito.
A minha motivação à escrever para o jornal surge de forma tímida e agora mais arrebatadora. Movida num primeiro momento pela afinidade que possuo com o futebol, do qual sou um apaixonado desde pequeno, já há muito remeto cartas para colunistas esportivos deste País afora. Lembro-me de considerar o meu primeiro bom escrito, um enviado para o Divino Fonseca, colunista do extinto jornal Diário do Sul, da Placar, e muitos outras publicações diárias, semanais ou mensais na figura de repórter, correspondente, colunista ou colaborador, ainda quando se usava uma máquina Olivetti para tanto. Após, elogiar sua forma lúcida e diferente de transmitir ao leitor uma noticia divulgada em todas paginas esportivas dos grandes jornais, comecei a gostar desta “ nova” forma de comunicação, a escrita. Ela registrava uma posição adotada num determinado momento e a difundia para que um ou mais leitores pudessem conhecê-la. Comecei, portanto, a utilizá-la mais freqüentemente.
Passados alguns anos, com mais prática, experiência, impulsionado pela busca de novos desafios e após ler um emocionante comentário de um leitor enviado para o colunista esportivo, Sr. José Neves, do Jornal do Comércio de Pernambuco, sobre a histórica decisão de Grêmio e Naútico, procurei seguir os conselhos de Francis Bacon. Segundo ele “ a leitura torna o homem completo, a conversação torna-o ágil e o escrever dá-lhe precisão”.
Portanto, nada mais que uma urgência, carência do que é preciso para atingir objetivos mais úteis e necessários me levam a tomar uma decisão sobre escrever. Inquirido sobre este fato, torno-o público e com isto devo responder a todos interessados e principalmente a você minha amiga e professora Sônia Piazetta, que há tempos atrás me ajudou com seus ensinamentos e conselhos a buscar o novo e ser preciso nos meus cálculos. Espero que meus escritos, mesmo que poucos, possam fazer e criar necessidades à escritos de outros leitores.

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