Este blog é para postar os artigos que são publicados no jornal A Folha Regional, de Getúlio Vargas, de autoria de Paulo Dalacorte.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Luciano do Valle e o Basquete Getuliense – Parte 1

“Não sou artista, animador, sou jornalista” Luciano do Valle.


            Morreu recentemente Luciano do Valle, um ícone do esporte brasileiro. Além de narrador esportivo, foi ele um promotor e empresário de todos os esportes. Fez da Band aos domingos nos anos 80/90 quando não existiam canais específicos de transmissões esportivas, o canal do esporte.

Com ele narrando se assistiam campeonatos de futebol (brasileiro, italiano, americano, feminino e máster). Introduziu desde a sinuca, o boxe e a formula Indy no Brasil, e deu destaque ao vôlei e o basquete, que conseguiram posições e títulos nunca alcançados até então.

Alçou a ídolos, Rui Chapéu (sinuca), Maguila (Boxe) entre outros mais. Fez um jogo de vôlei no Maracanã (Brasil x URSS). E foi dele os apelidos de Magic Paula e Rainha Hortência, para saudar a geração feminina campeã do mundo em 94, a ultima grande conquista do basquete nacional.

Talvez, sem saber, tenha sido um grande incentivador do basquete local. Porque naquele ano de 94, foi reativado um campeonato municipal de basquete. Tinham 06 times disputando a taça, e se equivaliam tecnicamente, e no geral com baixa pontuação para padrões profissionais.

O Betão (da Equimac), que não perdia jogo, conta que houve um placar de 2x1, ou algo parecido. E há outros que falam que num determinado jogo houve empate de 0x0, e a vitoria foi do time que conseguiu fazer o maior numero de arremessos no aro. Eu, até hoje custo a acreditar.

Enfim o certo é que o campeonato atraia publico, envolveu a comunidade e os atletas que eram trabalhadores de diversas áreas durante o dia, e á noite por esporte e lazer jogavam basquete. Eram, portanto, os artistas da bola de basquete e a atração para o publico presente.

Por ser o único município com campeonato de basquete na redondeza, naquele ano (94) surgiu à oportunidade de representar Alto Uruguai nos JIRGS em Lajeado. Aceito o convite, feita a seleção dos melhores jogadores, estava tudo preparado para a tão sonhada viagem.

Porém no embarque, iniciaram os contratempos. A maioria dos convocados não apareceu. O motivo, ou greve, era que não queriam ou não podiam pagar suas despesas. Sobraram três inscritos, e foi preciso de ultima hora inscrever outros dois, que seriam o técnico e preparador físico.

Com o problema inicial superado, o time já contava com 05 inscritos. Seriam 03 jogos em Lajeado, para postular à final dos JIRGS. A rotina nestes três dias seria sempre a mesma. Embarcariam no ônibus pela manha, seriam deixados no ginásio e a tarde o ônibus voltava buscá-los.


No jogo inicial a primeira derrota para o time de Montenegro pelo placar de (08x63). No segundo confronto com Porto Alegre, o placar já não estava mais tão elástico (12x60). Então já não havia mais chances de classificação. O terceiro e ultimo jogo seria apenas para cumprir tabela.

           Na noite anterior a este jogo aproveitaram para conhecer a cidade, os bares, conversar com atletas de outras delegações e entrar no espírito de integração proporcionado. Afinal apenas um compromisso na outra manha os separava da volta para nossa cidade.

Publicado no jornal A Folha Regional em 18 de julho de 2014.

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