Este blog é para postar os artigos que são publicados no jornal A Folha Regional, de Getúlio Vargas, de autoria de Paulo Dalacorte.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

O Futuro da Coleção de Gravuras - Parte Final



O futuro pertence àqueles que acreditam na beleza de seus sonhos. - Eleanor Roosevelt
No início apenas a vontade, a paixão e o sonho de seu dono. Hoje, passados mais de uma década, uma realidade viva e um bom caminho andado.  Anualmente a Coleção acrescenta em seu acervo novas obras, algumas de importantes Coleções Brasileiras. Amanhã talvez se torne consagrada e referência na arte gaúcha.
Porém, ao falar de futuro, é necessário um bom planejamento.  Difícil acreditar que algo seja promissor sem planos estratégicos. Estar atento e informado sobre o mercado de arte e ter contatos que acrescentem ideias na qualificação da Coleção é fundamental. E, também, buscar criar sucessor(a) ou formas de mantê-la futuramente.
Agora imaginem a Coleção como um cidadão brasileiro, ou uma empresa. Ela também sonha em ter sua própria morada. E já esta se concretizando esta possibilidade. Há um terreno definido, um projeto do arquiteto paulista Mario Figueroa, amigo e também colecionador de arte.
Notem, portanto, que a Coleção de Gravuras não é mais uma vontade e gosto pessoal do dono. Ela chegou à adolescência e quer interagir com sua cidade e o mundo. Afinal sua missão é exibir seu acervo, na sua casa e a todos os espaços destinados a divulgação da arte que possam estar interessados em admirar a arte gaúcha em gravura.
Bem se realizados todos estes planos talvez a cidade de Getúlio Vargas, terra natal da Coleção, seja incluída na rota de alguns bons eventos culturais do mundo das artes. Se depender do sonho do dono e dos colaboradores da Coleção a real concretização do futuro esta próxima. Aguardemos, pois os próximos capítulos.

Publicado no jornal A Folha Regional em 18 de janeiro de 2013.


quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

O caminho da Coleção de Gravuras - Parte II


Covarde é aquele que não abre novos caminhos na vida, nem emprega as suas forças para enfrentar os obstáculos. - Autor Desconhecido
Durante o caminho na montagem da Coleção, surgem colaboradores que a fazem ultrapassarem os limites de nosso município. Individual ou coletivamente ajudam a organizar, a ampliar e a divulgar o seu acervo.
 Colabora, desde o início, Hugo Gusmão, diretor do Museu do Trabalho de Porto Alegre, repassando conhecimentos técnicos sobre gravuras. Depois, chegaram Mônica e George Kornis, casal carioca, com 35 anos de colecionismo, possuidores da maior coleção de gravuras do país. Foi deles a ideia de tornar a Coleção especializada na gravura gaúcha. 
Após, conheci Rubem Grilo, artista e curador de exposições.  Grande colaborador e divulgador da Coleção. Através dele parte do acervo foi exposto na mais importante mostra de gravuras realizada no Sul.  O evento denominou-se “Impressões – Panorama da Gravura Brasileira”, e se realizou no Santander Cultural em POA.
 Também importante a professora Roseli Pretto. Através dela, no ano de 2002, o acervo da Coleção foi exposto pela primeira vez no MAVRS em Passo Fundo. Pois, de lá até o momento foram realizadas oito mostras percorrendo cidades como Passo Fundo, Porto Alegre, Pelotas, Bagé, Erechim. Em Getúlio Vargas ocorreu, no ano de 2004, na Biblioteca Pública onde compareceram mais de seiscentas pessoas. 
Na mostra “Rubem Grilo na Coleção Paulo Dalacorte” realizada em Passo Fundo no MAVRS, os colaboradores Rubem Grilo e George Kornis compareceram pessoalmente, quando conheceram Getúlio Vargas. No texto de abertura para esta mostra George Kornis escreveu:
“Qual é o caminho!
Qual é o caminho que liga Passo Fundo ao Rio de Janeiro? Qual é o caminho! Não apenas chão – que conduz as magníficas gravuras de Rubem Grilo até a sala de exposição do Museu de Artes Visuais Ruth Schneider em Passo Fundo? Esse caminho começa no Rio de Janeiro, local onde Rubem Grilo as cria, e, mais precisamente, a partir do sólido vinculo de amizade existente entre ele e eu. Como assim?É de fato um vinculo entre um artista plástico e um colecionador de gravuras e estudioso de artes, ambos do Rio de Janeiro, o elemento que gerou esta exposição? Na verdade não foi apenas esse fato, pois o caminho de ligação que estamos reconstruindo passa por Getúlio Vargas no Rio Grande do Sul. O que!!???!! Sim, Getúlio Vargas, pois lá que mora Paulo Dalacorte. Quem? Paulo Dalacorte, um colecionador de gravuras, e amigo meu, que se torna também amigo e admirador da obra de Rubem Grilo – hoje reconhecidamente o maior xilogravador do Brasil. E daí? A coleção Dalacorte possui em seu acervo um conjunto de obras de Rubem Grilo, e, com base nesse fato, surge a possibilidade de propor aos dirigentes do Museu de Artes Visuais Ruth Schneider realizar em Passo Fundo uma mostra de um padrão de qualidade estética que, de outro modo, tangenciaria o impossível. Proposta aceita, buscamos Dalacorte, Grilo e eu traçar caminhos que ligam mais do que cidades, pessoas. Sim, pessoas! Agora não apenas três, mas muito mais. Muito mais mesmo! Sejam bem-vindos ao mundo dos criadores de caminhos. George Kornis - Rio  de Janeiro – março 2004.
Portanto, o caminho traçado pela Coleção Paulo Dalacorte, ao longo deste período percorreu chão, levando não só uma seleção de gravuras do seu acervo, mas o nome da nossa cidade. Com certeza ampliou seus horizontes trazendo na bagagem gravuras, amigos e criando possibilidades até então inimagináveis. 

Publicado no Jornal A Folha Regional em 11 de janeiro de 2013.

O início da coleção de gravuras - Parte I


Por vezes a curiosidade abre novos horizontes, quando não, acende a chama do entusiasmo para procurá-los. - Textos Judaicos
A partir do momento que criei a necessidade, pela vontade e curiosidade de adquirir algumas obras de arte e decorar as paredes da minha residência, nasceu também, a ideia de formar um pequeno acervo de artes.
Pois o acervo da Coleção Paulo Dalacorte, ainda em formação, é o resultado do trabalho que se tem para reunir um conjunto de objetos da mesma natureza, no caso a gravura. Às vezes dura certo tempo na existência do colecionador, muitas vezes anos, outras por toda a vida. Portanto para se entender o sinônimo de colecionar é, sobretudo, aprender.
 Feitas as primeiras aquisições num consorcio de gravuras e gostando das obras de arte que recebi, era primordial e necessário aprofundar os conhecimentos sobre a gravura. A origem, as técnicas utilizadas, artistas que usaram a gravura como forma de expressão, enfim o que estivesse relacionado sobre o tema.
 Resumo, abreviadamente, ao leitor este “bicho” chamado gravura. Surgiu na China há dois mil anos atrás. Inicialmente usado para imprimir cartas de baralhos. Com o tempo foi dada outras utilidades como estampar livros e reproduzir imagens. Só no século XX, com a chegada da produção em série e o surgimento da fotografia é que foi mais difundida como obra de arte.
De um modo geral, chama-se “gravura” o múltiplo de uma obra de arte, reproduzida a partir de uma matriz. Trata-se de uma reprodução “numerada e assinada uma a uma”, compondo desta forma uma edição restrita de cópias. Existem vários tipos de gravura, ou, técnicas distintas de reproduzir uma obra. As mais utilizadas são: a gravura em metal, a litografia (na pedra), a xilografia (na madeira) e a serigrafia.
Desde 98 dedico um tempo diário para a coleção de gravura. E, especificamente para a gravura gaúcha e os artistas que nasceram ou adotaram nossa terra para viver.  O objetivo é ao longo do tempo juntar um número de obras que deem ao publico um panorama da evolução da arte gaúcha através da gravura.

Publicado no jornal A Folha Regional em 4 de janeiro de 2013.